1.13.2015

Os amigos que, afinal, vão e vêm.

Uma das grandes preocupações das mães quando pensam em engravidar são as repercussões que tal poderá ter na vida social: o sair à noite, o jantar fora, as férias, os cafés com as amigas, etc. 

Não tive de pensar muito nisso porque não sou um ser de muita frequência social. Quando estou num desses planos, sou tão social que pareço aquelas pessoas que não são "ninguém" mas que, por irem às festas todas, até aparecem nas revistas. Não digo nomes, só porque não sei. Mas, a verdade é que não sou de sair.

Porém, reparei que a minha vida levou uma reviravolta também a nível social. Não sei se terá sido por ter, primeiro, enveredado por uma relação séria (esta) e isso ter dado origem a uma bebé, ou se terá sido o facto de ser mãe e de isso afastar algumas pessoas.

Sei, em conversa com outras mães, que é normal perderem-se alguns amigos. Talvez os da rambóia. Aqueles com quem nunca privámos muito sobre os nossos sentimentos, aqueles mais profundos do que "tenho sede, já bebia alguma coisa". 

Eu gosto sempre de "limar arestas", de acabar com coisas, de diminuir o número... gosto de filtrar. Porém, confesso que, desta vez, não foi uma acto de minha escolha. Aconteceu normalmente. Houve mesmo pessoas que se afastaram.

E também houve pessoas que me deixaram triste por não terem acompanhado toda a gravidez e o até agora crescimento da minha filha. Não sei porquê, fiquei muito sensível em relação a isto e comparo a ausência destes momentos quase como se eu tivesse internada no hospital à beira da morte e não irem ter comigo na mesma. 

Não quero que o façam por obrigação, mas já passaram 10 meses. Dez meses em que, alguns, já viram uma vez a miúda, outros nem por isso (escusado será dizer que já nem sei quem são). 

A surpresa agradável é que, passados uns bons 7 anos e muito por ter engravidado e ter a Irene, também voltei a ter uma amiga. Era minha amiga do secundário, deixámos de falar por "coisas da vida" (que nenhuma das duas se lembra bem, mas provavelmente ciumeira de uma outra amiga minha, sabem como são as amizades entre grupos de mulheres). A Inês voltou a falar comigo e, agora, é uma das tias da Irene. Uma que vejo praticamente todas as semanas desde que voltamos a falar. 

Fomos ao parque no outro dia e soube muito bem. Até a Irene começar a fazer das suas, claro. 

É bom sentir que se ganhou algo tão importante. Sei tanta coisa sobre a Inês, mas tanta. Informação que não usei durante os últimos 7 anos, mas que ainda cá está, sempre esteve.

Obrigada por teres voltado, Inês. <3













Alguém que também tenha tido de fazer contas às amizades?

6 comentários:

  1. É estranho alguém deixar de ser teu amigo porque embora o teu humor possa "ser mordaz" tu és maravilhosa!! Depois, os outros é que saiem a perder porque tens piada e a tua miúda é um máximo ;) beijinhos

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  2. É Joana, até eu que não te conheço de lado nenhum, fiquei com vontade de ser tua amiga.
    Sei que este post saiu do coração e sei que dizes tudo aquilo que os outros têm medo de dizer.

    Fiquei a gostar da tua natureza (isto soou um bocado stalker mas tem calma, só estou a tentar dizer que gostei muito do teu texto).

    Muitas felicidades e parabéns por esse rebento lindo!

    Beijinhos

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  3. Opah, este post podia ter sido escrito por mim (tivesse eu dotes de escritora!)
    Aquela que parecia ser a minha melhor amiga, não demonstrou interesse durante a gravidez e nunca conheceu o bebé (hoje com 6 meses).
    Como nem tudo é mau, voltei a aproximar-me de uma amiga dos tempos de escola e estou a adorar! Há momentos em que parece que o tempo que estivemos afastadas, não aconteceu.
    As pessoas que se afastam de nós por termos bebés, esquecem-se que também lá chegarão (se assim o desejarem e tiverem sorte). Julgo que nessa altura, a ficha lhes vai cair e perceber que a atitude que tiveram não foi correcta.
    Mas pronto, o que conta é que agora, nós temos os nossos príncipes e princesas e amigos maravilhosos!
    Beijinhos

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  4. Eu acho que este texto se aplica bem a quase todas as maes.... Eu posso fazer contas aos amigos da ramboia que deixaram de fazer caso assim que me casei e que tive as babies.... Mas muito melhor sao os que vierem, e os que ja ca estavam... Esses sim, estao para ficar :)
    Acho que faz parte da vida e nao devemos ficar tristes por isso :)

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  5. Não senti grandes afastamentos até porque também filtro muito e sempre tive poucos mas bons amigos. No entanto, conheci duas mães nas aulas de preparação para o parto que se tornaram amigas e boas amigas. Temos 3 bebés todos da mesma idade e juntamo nos frequentemente. Considero sim que tenho menos disponibilidade e às vezes até menos vontade para os amigos pois o cansaço fala mais alto muitas vezes. Eu que não sou o cúmulo do ser sociável custa-me as alterações que este primeiro ano tem implicado a este nivel, menos saidas, menos jantares, menos praia, menos tudo (claro está mais amor e tudo o resto maravilhoso q ter um filho implica)

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  6. "comparo a ausência destes momentos quase como se eu tivesse internada no hospital à beira da morte e não irem ter comigo na mesma" é mesmo o que sinto... Dói muito saber que passamos por isto tudo e as pessoas que não têm filhos não entendem, acham que ter um filho é uma mudançazinha... Eu cheguei a ouvir de uma amiga dita chegada "também tens que te adaptar aos meus horários" é surreal!

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