9.24.2015

A Isabelinha anda a curtir com um palhaço


E eu não me quero meter nas escolhas dela. Já tem idade para arcar com as consequências das suas escolhas. O pinguim tinha dificuldade em bater palmas e ela fartou-se. O panda não andava a portar-se bem porque andava a ser catrapiscado por dezenas de miúdas e miúdos, que ele não é esquisito, e ela queria exclusividade. Virou-se para o Gymbo. Pelo menos namoram às claras, sempre à minha frente, e ele é bastante respeitador. 

O romance acontece nas aulas de ginástica/música/motricidade do Gymboree Play and Music Carnaxide, que já vos tinha explicado como funciona aqui e aqui (vejam-me só a diferença na Isabel desde fevereiro!!!)


Estávamos aqui a magicar um passatempo para oferecer vouchers (no plural, para fazer mais mães e filhos felizes) para um mês gratuito no Gymboree e queria saber: há interessadas desse lado?

E os trabalhos de casa?

Compro sempre coisas para a Irene um bocadinho antes dela precisar, mas ela andava a fazer desenhos na mesa de café da sala e achei que devia ter uma mesa para ela. A cadeira já foi um investimento para o futuro. Porém, ela pediu para se sentar lá e aproveitei para tirar umas fotografias. 

Isto dá-me tanto que imaginar... Como vai ser quando ela tiver que pintar aqueles mapas parvos dos livros de apoio de história ou que fazer um vulcão para levar para a aula de Ciências da Natureza. Quando tiver que fazer exercícios de inglês ou, então, aprender a fazer aquilo das proporções e potências... 

Estou entusiasmada por tudo aquilo que ela vai aprender. E, confesso, que estou também entusiasmada por ir reviver isso tudo. Sempre adorei a escola, à excepção duma ou outra disciplina. Sinto que vou ter todo o prazer em ajudá-la (quando for preciso) nos trabalhos de casa, em rever as matérias com ela... 

Nunca pensei (nem que iria ser mãe, quanto mais) que até em fazer trabalhos manuais com ela iria ter gozo. Estou ansiosa (num bom sentido aqui haha) pelas parvoíces das cartolinas e recortes e folhas e colas de bisnaga.

Temos tanto pela frente, Irene. 



9.23.2015

A minha filha é mitra

Não é nada. Mas estes ténis ali ficam um bocado mal ou é impressão minha? Ficava melhor com uns sapatos mais boho-étnico-coiso, não era? Como aqueles Moleke? (Não sei se estão a perceber a dica, pessoas fofinhas da Moleke? Hahaha, que descaramento!)



À medida que ela vai crescendo gosto cada vez mais de a ver com estas roupas mais práticas, para variar um bocado. O David queixa-se de cada vez que lhe visto um fofo. Diz que ela fica ridícula e que já não tem idade para aquilo e que parece um saco de batatas. Chato, pá! Gostava tanto quando ele ficava caladito no que respeita ao guarda-roupa da pequena. Hehe 

Também há por aí pais opinativos? 


(Post em tempo real, estamos mesmo a jantar fora neste momento. Como se isto interessasse a alguém! Mas é só para justificar algum erro ortográfico, porque escrevi isto em três tempos).

Para as Mães perfeitas.

Já não é a primeira vez, nem a segunda, que leio comentários que vão no sentido do "pensasses antes" e do "agora lida com isso". Desta vez, uma pessoa diz que quer ir ao cinema e que não sabe bem com quem há-de deixar a filha e vem um anónimo dizer algo do género "não a deixo com ninguém", "eu pensei bem antes de ser mãe".

Sim, porque isto de se querer ter um bocadinho de vida para além da maternidade é coisa de alguém que não estava preparada para ser mãe. Sim, porque ser mãe é abdicar de tudo o resto, é viver só para os nossos filhos, não os deixar respirar nem respirarmos nós, é ser escrava da casa, dos jantares, das roupas e sempre de boa cara.

A minha filha é a coisa mais importante da minha vida, não duvidem. Abdiquei de muito por ela e é assim que sinto que faz sentido. No fundo, nem sinto que estou a abdicar de muitas coisas porque adoro a minha vida como ela é agora. Descobri que gosto muito mais de uma ida ao jardim do que de uma ida ao cabeleireiro. Descobri que é melhor fazer um piquenique com amigos do que ir a um restaurante da moda toda aperaltada.

Mas não me lixem. Querer ir ao cinema com o namorado, andar de mãos dadas, ainda para mais enquanto a filha está a dormir não é, de todo, ser egoísta. E mesmo que fosse, não haverá egoísmos que possam ser inofensivos para eles e preciosos para nós ou para as nossas relações?

"Estarmos em casa com a minha filha é o melhor do mundo!!!!", completava. Epa, estar com a minha filha também é o melhor do mundo. Mas ficar com ela, a partir das 20h30, nem por isso (bate na boca porque isto é capaz de ser um discurso anti-mãe-perfeita polémico). Até porque - pasmem-se! - não fala, não faz gracinhas, não reage, não dança, não pede colo, não canta, não chama "mamã", não pede ajuda, não dá gargalhadas, não vai buscar a bola para jogarmos, não fica deitada no meu colo a ver desenhos animados, não precisa de mim, não faz beicinho, não lhe conto uma história, porque - pasmem-se novamente - está a dormir!

Correcção: às vezes até é mesmo o melhor do mundo e sabe-me a pato porque consigo ter uma horinha para mim antes de ir dormir, depois do jantar e de arrumar a cozinha (Ooops! Mais uma declaração anti-mãe-perfeita).

A maternidade é o maior desafio e o mais gratificante mas, bolas!, as mães não podem ter uma folguinha sem se sentirem culpadas? Por que é que pomos todo este peso na maternidade? Por que é que achamos que temos de controlar tudo e que somos insubstituíveis a cada segundo? Por que é que temos de ser a Mãe perfeita? Ou melhor, porque é que a Mãe perfeita tem de ser a mãe abnegada, altruísta, que coloca sempre o mundo e os outros à frente de si própria?

Deixar os nossos filhos bem entregues, por umas horas, não é um abandono. É, muitas vezes, um reencontro connosco.

Pronto, já desabafei. Não quero entrar no pódio das melhores mães do mundo. Cá ficarei, bem longe da meta, a ser o melhor que consigo e a tentar não me esquecer de que, para eu funcionar bem e ser feliz, tem de haver mais mundo para além do Panda e os Caricas e das fraldas com cocó. Vou continuar a deixar-me levar pela cantiga do Demo.



9.22.2015

Fomos a um parque novo!

Novo para mim. E, mesmo assim, não é novo. Lembro-me perfeitamente de ir lá em criança. Especialmente duma tarde com o primo Francisco, não sei porquê. O parque não era como é agora, era muito maior (claro, aos meus olhos) e o chão não era assim, acho que era de pedrinhas e também tinha um baloiço esquisito que girava e que tinha umas argolas para o pessoal se agarrar. Alguém mais se lembra disso? 

Está bonito o Alvito. Gostei de lá ir com a Irene. Tinha receio que não houvesse coisas para a idade dela, mas há. Havia o tradicional baloiço, todas as partes de baixo dos escorregas e isso (eles adoram as "catacumbas") e também já dava para ela andar em muitos escorregas e afins. 

Só tenho uma pergunta: o Alvito tem só aquele parque de estacionamento muito pequenino à frente ou há outra entrada qualquer que eu não conheça? A que parques vão vocês? O que recomendam? Quero aproveitar ao máximo (como tenho feito sempre) estes dias que me restam antes de voltar ao trabalho...

Para as mães mais "cabras" (sou como vocês, às vezes), sim, a Irene anda muito com esta t-shirt, mas tem outras, tem. ;) Esta é a preferida porque tem a "çã"




















a Mãe dá - DIAS FELIZES NOITES TRANQUILAS com Constança Ferreira

Já ouviram falar da "fada dos bebés"? A Constança Cordeiro Ferreira? Apesar de não a conhecer pessoalmente, depois de ter lido o livro que lançou há pouco tempo (escrevi sobre ele aqui), sinto que a conheço e vejo a sua verdadeira alma - eu sei que foi bimbalhona esta expressão, mas é realmente o que sinto. 

A Constança tem a missão de descomplicar a relação entre pais e bebés e, portanto, fazer com que todos passem a dormir melhor e a ter dias melhores, sem prejuízo de ninguém, sem ser à custa dos próprios bebés, por exemplo ou do sofrimento das mães que tentam, por desespero, fazer coisas contra o seu próprio instinto ou missão.

O que ela me disse, foi: "Acredito que a nossa relação com os bebés não deve ser vivida em pânico, com insegurança, com a sensação de que o bebé é algo de incompreensível. Falo muito com os bebés que me consultam, desde o nascimento. Pode ser de mim, mas tenho a certeza que me entendem. Incentivo as mães e pais a conversarem com os seus bebés. E a escutarem-nos. Muito. O meu trabalho passa também por ser esse suporte, ajudar ao desbloquear do que possa estar a dificultar essa comunicação. Dessa forma estamos a dar o primeiro passo para uma relação de paz, entendimento, segurança e confiança.". 

Além do livro já estar a dar grandes grandes frutos por todo os país (tal como eu, imensas mães sentiram que veio a explicar muita coisa), agora há a oportunidade de fazerem parte dum workshop em Lisboa. 



O Workshop é este domingo, no Mercado da Ribeira (Estúdio Time Out), das 11h às 13h, principalmente pensado para casais grávidos e pais de bebés até aos 18 meses (já lhe perguntei porquê o limite, ela diz que todos podem ir, mas que já não são "tão bebés", e é verdade). 

Bilhetes à venda aqui

É para os "preguiçosos" que ainda não leram o livro, para os que já leram também e para todos os interessados em fazer com que tudo funcione como "deve ser", com amor, com escuta das necessidades do bebé e dos pais, claro. 

Vejo a Constança apenas como a maestrina da bela orquestra que é a vida duma nova família. Todos temos hipóteses de estar em "sintonia", temos só de confiar, de ter calma e de não fazermos nada em que não acreditemos. 


Bom, posto isto, a Mãe é que sabe tem três entradas duplas para oferecer. 

O que há a fazer é simples: 

- Fazer like na na página da Constança.


- Fazer like na página d'a Mãe é que sabe (é bom que já tenham, senão levam um calduço)

- Partilhar o post no Facebook post publicamente no vosso perfil pessoal (vamos ver, vamos! ;))

- Basta comentarem o post no Facebook com uma carta ou mensagem aos vossos bebés, pedindo-lhes que eles durmam melhor. Pode ser divertido, carinhoso, o que quiserem. Coloquem por palavras o que sentem que precisam de dizer aos vossos bebés. E este será o primeiro passo para se entenderem melhor.

O resto das estratégias, a Constança conta no Domingo ;)

Por isso, 

O que diriam ao vosso bebé para que ele dormisse melhor?

Caso não sejam de Lisboa, participem na mesma que podem sempre a oferecer a alguém. ;)

E, já agora, o post é este:



a MÃE DÁ entradas no Workshop da Constança Cordeiro Ferreira deste domingo!*só aceitamos as participações nos comentá...
Posted by A Mãe é que sabe on Terça-feira, 22 de Setembro de 2015


* as três respostas vencedoras serão escolhidas pel'a Mãe é que Sabe e a Constança Cordeiro Ferreira.

* os vencedores serão anunciados sexta-feira, 25 de Setembro, sendo que as participações só serão consideradas válidas até às 23h59 de 24 de Setembro, quinta-feira. 

para quem ainda não conheça a Constança, ela é Terapeuta de Bebés, Conselheira de Aleitamento Materno OMS/Unicef, Instrutora de Massagem do Bebé IAIM /APMI e Instrutora Certificada método Happiest Baby On The Block.



Já somos famosas (#10) - Estamos na TV 7 Dias!



Estamos felizes! É sempre bom saber que chegamos às pessoas, que lêem o que nós escrevemos e que nos seguem fielmente. É bom ter reconhecimento e feedback do nosso trabalho. É bom ver que põem a Joana Gama a rastejar aos meus pés. Ela é mais baixinha do que eu, é um facto, e é curioso que tenham posto a cabeça dela ao nível do meu traseiro. Menos giro é que tenham usado uma foto em que ela está uma bomba, algo extremamente desvantajoso para uma das bloggers... eu. 

Parvoíce à parte e tentando ser pouco gabarolas - porque não é todos os dias que estamos numa revista - deixem-nos lá sentirmo-nos um bocadinho famosas. Joana quê? Pronto, já está. Já desci à realidade.

Obrigada à TV 7 Dias, obrigada à jornalista Andreia Costinha de Miranda, que, por estranho que pareça, não tivemos de tentar subornar para fazer esta matéria (hehe) e obrigada às nossas filhas que nos inspiram todos os dias. Ah! E a vocês, que não somos mal-agradecidas. 

80 atividades para crianças: simples, divertidas, de baixo custo e todas dentro de casa.

Este site é bestial. Dei com ele quando andava à procura de receitas para plasticina caseira. Mais recentemente uma amiga minha publicou isto num grupo de mãs no Facebook e dei em doida com esta lista, leiam aqui. São coisas tão simples, mas que nem sempre nos lembramos. A minha preferida é a luta com as meias a fingir que são bolas de neve, mas também porque ainda nem todas resultam com a Irene que só tem 18 meses. 




Acho que isto nos pode ajudar agora nos dias de chuva. O que se faz nos dias de chuva, mães mais experientes? Só me vem à cabeça centros comerciais e oceanários, mas deve haver mais coisas, não é? Ajuda!


9.21.2015

Como falar para as crianças ouvirem e como ouvir para as crianças falarem.


Aproveitei, nestas férias, para por a leitura em dia. Não gosto muito de ler romances e coisas de ficção. Sempre gostei mais de ler coisas que visse aplicação prática, para sentir que o meu tempo é inequivocamente útil, não vos sei explicar melhor. Já lambuzei uns Nicholas Sparks, já e gostei, pronto, mas sinto que não é tanto a minha onda. Lembro-me muito mais de gostar de ler livros sobre coisas que andava a estudar como teatro e fotografia do que propriamente a Veronica Decide Morrer e a Odisseia. Gostei muito do Admirável Mundo Novo, porém. 

Este livro é uma das bíblias do que é a Disciplina Positiva ou "Parentalidade Positiva". Há pouco tempo falei-vos do livro da Magda Dias que era uma óptima introdução ao tema e a esta "nova" postura - que não é assim tão nova, mas que está agora a ganhar mais terreno - relativamente à educação dos nossos filhos. É uma forma que não põe a nossa autoridade em causa, continuamos a ser quem manda, mas que não necessitamos de infligir aos nossos filhos. Um bom líder é aquele que é seguido por inspirar confiança, respeito e amor. Quem se serve de medo e de ameaças é porque não possui ferramentas capazes de fazer melhor, mas pode sempre mudar/aprender. 

Eu quero aprender e este livro é nível dois. É já para quem tem uma noção base do que é a tal Disciplina Positiva e já escolheu adoptá-la como modelo. Aqui, o que se passa, é que as autoras quiseram (ou foram obrigadas a, por necessidade dos pais) fazer um manual exaustivo com exemplos práticos da aplicação da mesma. 

Muito passa pela verbalidade. Maneiras de fazer perguntas, de não fazer julgamentos, de não etiquetarmos os nossos filhos desnecessariamente, de aprendermos a trabalhar em conjunto, de sermos uma família e não uma "ditadura", com castigos e tudo. Extremamente útil para quem esteja verdadeiramente interessado.

Ficamos com uma consciência, a princípio bastante enervante, do nosso discurso mas que, aos poucos, se vai integrando em nós, se vai tornando natural.

Sugere a elogiar os nossos filhos de maneira produtiva (sabiam que elogiar os filhos pode fazer-lhes menos bem ou não fazer nada?), a dar-lhes atenção com A grande, a conseguir aproximarmo-nos deles sem que tenhamos de ser invasivos... 

Ganhei muito a ler este livro. Se uma de vocês já se sentir interessada, também já ganhei o dia por isso.

Acho que não anda para aí à venda aos pontapés e que se tem de mandar vir. 

O que não deixa de ser irónico: "mandar vir" um livro de disciplina positiva! ;)

São capazes de deixar os filhos com quem?

Ando com um pequeno dilema - que todos os dilemas fossem estes - e precisava do vosso feedback.

Andamos, eu e o pai da Isabel, cheios de vontade de ir ao cinema ver o filme do Woody Allen ou o do Guy Ritchie. Antes da Isabel era o nosso passatempo preferido, depois da Isabel fomos três vezes (o que até deve estar muito acima da vossa média, acredito). Mas nós gostamos mesmo, mesmo muito, e acho que já andamos a ressacar. Estou a gozar, nada disto é um drama.

Como fazem, mães que não têm os avós perto, quando querem ir dar uma voltinha a dois, jantar fora ou ir ao cinema? 

- Conseguem confiar numa babysitter? A partir de que idade? 

Confesso que ainda não consegui dar esse passo. Não consegui ainda pôr um estranho cá em casa a tomar conta da Isabel, nem sei se tão cedo vou conseguir. Contem-me lá as vossas histórias para ver se isto tudo é só da minha cabeça.

- Conseguem "chatear" os amigos? 

Custa-me, não sendo um caso de extrema importância (é só uma ida ao cinema e não o infeliz acaso de precisarmos os dois de trabalhar à noite ou uma ida ao hospital...), estar a condicionar assim a vida de uma amiga. Se já tiverem filhos então, pior ainda, não me sinto bem por lhes estar a acrescentar mais cansaço e preocupações num sábado à noite. Corro o risco da Isabel não adormecer muito bem, de chorar e chamar pelos pais. Acho-a pequenina para estas andanças. A não ser que seja cá em casa e até pode acontecer nem dar pela nossa falta, se sairmos já com ela a dormir. Mas gosto de lhe explicar tudo e de não a apanhar desprevenida. Também podemos ir à tarde, mas sinto que estou a perder tempo em que posso estar com a minha filha.


Ela tem 18 meses. Com 18 meses já conseguiam ir "fazer a vossa vidinha", deixando-os com alguém, que não a família mais próxima, com quem já estão mais habituados?

Quando o pai fica sozinho com a filha

Acontece a quem trabalha sem horários. Não raras vezes é o David quem fica com a Isabel, quem lhe dá banho, quem faz o jantar, quem brinca, quem lê a história e quem a adormece. Já foi com ela para o Alentejo, já ficou com ela três dias seguidos, vai ficando ao fim-de-semana, de manhã ou à noite. É assim desde o início. E desde sempre que tudo corre bem. Mas eles têm, como nós, dúvidas.


"Posso sair para a rua com ela assim vestida?" (Hahaha)

"Estou a pensar fazer salmão grelhado para o jantar, já pode comer?"


"O prato está muito bonito mas mandou-me a mim comer. Dou-lhe leite depois às 23h..."


Com o tempo, tal como acontece com cada uma de nós, as dúvidas vão sendo cada vez menos. E o à-vontade para pegar nela e ir passear para qualquer lado cada vez maior. No sábado foram até ao Oceanário. Eu fiquei roídinha de inveja, mas muito feliz pela decisão.





O pinguim é o animal preferido da Isabel (vá, divide o pódio com o panda) e o pai não resistiu. 
Diz que adorou os pinguins, assim que os viu começou a dançar, e as morsas.



Estas são fotos que ele me vai mandando quando vai passear com ela. 
Acho que, quase sempre, sou eu quem lhe pede: "foto!!!"


"Não quer sair daqui"

"Está a comer muito bem"


"O meu novo amigo" 
(esta foi quando fui três dias aos Açores em trabalho 
e uma amiga nossa lhe deu este panda fofinho)

Às vezes custa-me não estar com eles. Mas, cá dentro, há sempre um orgulhozinho parvo em saber que ele se fez um pai à séria e que esta relação pai-filha é uma coisa especial.

9.20.2015

Sim, sou muito ansiosa.

Vocês já repararam que a Joana Paixão Brás e eu somos muito diferentes nalgumas coisas. Apesar de, em teoria, concordarmos com o estilo de educação que queremos dar às nossas filhas, a Joana é livre e eu aprisiono-me. 

Não me lembro de ser de outra forma. E confesso que, até ter a Irene, adorava sê-lo. Quem assiste, vê apenas o quão intenso é tudo para mim, o quão rápido funciona a minha cabeça, o quanto "sofro". Mas eu sentia-me forte. Forte sempre que contrariava os meus receios. Ser ansiosa e subir a palco para fazer stand-up, por exemplo, era muito difícil para mim, mas retirava um prazer maior do que se me acobardasse.  Na faculdade, começava a estudar para os exames com um mês de antecedência e na semana anterior relaxava. Dava-me gozo ver toda a gente de pantanas e eu já estar resolvida. Senti, desde sempre, que a ansiedade fazia parte da minha personalidade. E sempre tive a dúvida: serei assim ou estou assim?

"Por que é que hei-de ser diferente se tudo me corre bem?" É verdade que evito imensas coisas por receios que não consigo visualizar (e, por isso, tornam-se monstros). Se calhar é por isso que não gosto de sair à noite, de levar o carro para Lisboa, de fugir à minha rotina, de experimentar comidas novas, de sair para fora da minha zona de conforto...  Até nascer a Irene, até viver com o Frederico (para ser mais honesta ainda), a ansiedade trazia-me problemas, mas sinto que também me trazia soluções. 

Sempre vi a minha ansiedade como um caminho para a eficácia. Nunca reparei que me estava a aprisionar, achei apenas que era diferente de toda a gente. Aquela "toda gente" que adora passear, ir para sítios com barulho, viajar e conhecer coisas novas. 

Nunca senti falta dessas coisas porque nunca me diverti quando as fiz. Ficava demasiado nervosa, não retirava prazer. Cheguei a ficar uma semana "em casa" quando fui a Malta e quando fui a Berlim também não conseguia passear sozinha. Do que tinha medo? Não sei. Tentei contrariar-me ao ir, mas não consegui mais do que isso. 

Estava conformada com a minha maneira de ser. Tinha já encontrado os meus truques para não sofrer com isto e já tinha arranjado formas de pensar que me permitiam não ver o quanto isto me estava a prejudicar. Por ser articulada e aparentemente confiante também ninguém me confrontava com isso. Acabava por mentir aos outros tão bem quanto sempre me menti. 

Agora é diferente. Está a ser. 

Com a Irene e o Frederico apercebi-me do quanto a minha ansiedade me prejudica e à minha família. Impossibilitava-me de olhar para a minha filha e de perceber o que se passava, antes de lhe tentar impingir 42 mil soluções que me vinham à cabeça. Ia deitá-la 43 vezes por dia, sem que ela tivesse sono e não conseguia porque não conseguia acalmá-la por eu não estar calma. A quantidade de regras que impunha ca em casa por causa do barulho só por ter receio que ela acordasse. O Frederico deu em doido, praticamente não o deixava sair do sofá durante as sestas dela sem o fazer sentir-se culpado por poder acordar a miúda. Quem está de fora apercebe-se de que isto poderia ser menos difícil se eu tivesse outra postura e tem também muitas dificuldades em compreender que não é uma escolha. O meu cérebro está habituado a funcionar assim. Por muito que o meu outro lado queira que as coisas mudem, também não sei como hei-de mudá-las. Gostava de ser menos ansiosa? Sim, mas como? Não me vou embuchar em comprimidos, tenho medo. Parte dos motivos que leva as pessoas a serem ansiosas (não sou psicóloga) é a vontade que têm em controlar tudo. Medicar-me está fora de questão. É importante "estar acordada" durante o meu processo de mudança, tenho mesmo de falar com o meu cérebro. 

Chorei muito com a Irene, o stress passava pelo leite e ela ficava stressada também, tivemos muitas mais dificuldades "que o normal" por este meu handicap. Sinto que não senti nada por ela quando ela nasceu porque a ansiedade também me tirou isso (apesar de saber que é muito comum e falei disso aqui). Nunca consegui ser racional em discussões, muitas das vezes ficava estupefacta com as coisas burras que me saiam da boca só por não conseguir pensar. Tenho imensas dificuldades em ser optimista, mas sem saber explicar porquê. Fui o meu maior obstáculo nos maiores desafios da minha vida. 

As coisas tinham que mudar.

Não é esta a mãe que eu quero que a Irene tenha. Não quero que ela fique com este ritmo de cabeça, com esta sensação de inquietude constante, quero que ela saiba apreciar silêncios quando está com outras pessoas e que consiga não achar estúpido ver um por-do-sol. Não lhe posso fazer mal, sou a pessoa que mais a ama. Agora é o momento para me tornar melhor. Afinal, a vida é longa também para crescermos, certo?

Estúpido é aquele que, fazendo as mesmas coisas, espera resultados diferentes.

Chega de ser "estúpida". Vou fazer algo por isso. Uma amiga falou-me de uma amiga que é psicóloga e, para além disso, que se formou em hipnoterapia numa faculdade de medicina. 

"Hipnose? Estás doida! Eu? Ahahah" - disse eu, imaginando um relógio à frente dos meus olhos e a minha figura de parva a fazer de "pomba gira". 

Dei uma hipótese. 

Querem que vos conte o resto? O que vos desperta mais curiosidade? Já foram hipnotizadas? 

Tenho dois bebés cá em casa.

Um dia hei de ter, mesmo a sério. Neste momento contento-me (e muito bem) com o facto da Irene se divertir imenso a ver-se ao espelho. Desde pequenina que adora e era assim que a acalmávamos nos momentos de maior fúria (nos tempos em que rejeitava mama). Nas férias, a casa tinha um closet enorme cheio de espelhos e era dos sítios preferidos dela. Dançava, semicerrava os olhos para ver se desaparecia, abanava o rabo, sentava-se no chão, via os pés... mexia no cabelo. Estava decidido: tínhamos de ter um espelho cá em casa. 

Além disso já tinha lido, nas minhas pseudo pesquisas sobre Montessori que o espelho, à altura das crianças é extremamente útil, etc. Não fui tanto por aí, mais por ela gostar, confesso.

Aproveitei e também tornei dela os cubos mais abaixo da estante (mais uma vez de acordo com essa corrente). Ela tinha brinquedos só na sala, agora o quarto também já é mais dela e para ela. Aquele fica o cantinho da Irene, onde até pode ligar o rádio e começar a dançar e a ver "o bebé dançar". 

Ela já deve entender que é ela, claro, mas chama-lhe o bebé e vai mostrar coisas ao bebé. Para já, vai ter que se contentar com esta companhia, que apesar da mãe já estar a morrer de saudades de estar grávida e de querer muito ter mais um, ainda não sente que seja a altura certa. 







O quadro que vêem na parede é um desenho da Irene feito pelo Xavier Pitta, vejam aqui o trabalho dele e, se estiverem interessadas, entrem em contacto. 

9.19.2015

Pais que tratam os filhos por "você"

Estava eu num restaurante na Casa da Guia, em Cascais, quando ouço numa mesa atrás de mim, alto e bom som:

"Sebastião, já lhe disse para estar sossegado. Vou ter de me chatear consigo se continua assim! Sebastião, pare quieto, olhe que você para a próxima não vem!" 

Olhei. O Sebastião era um cão.

Vou tentar não ser preconceituosa. Gosto de conhecer outras realidades, formas de comunicar e de educar. Considero-me uma mente aberta, pronta a reconsiderar as minhas próprias percepções, convicções, a repensar. Sei perfeitamente que o que é, para mim, estranho está altamente condicionado pelos meus costumes e hábitos.

Digo já de antemão que tratar os filhos por você ou na terceira pessoa trata-se de um acto cultural, de algo enraizado na educação da família, passando de avós para pais e de pais para netos, como algo natural. Não terá começado agora, só porque sim, mas terá passado de geração em geração. Não quer dizer que não me soe estranho, em pleno século XXI. Sinto que usei uma máquina do tempo e que estou algures no século XVII, perante uma burguesia abastada.

Não vou usar os argumentos da falta de proximidade entre pais e filhos, nem associar o "você" a uma educação severa e distante, porque não é claramente por aí. Mas há qualquer coisa de formalidade, de altivez (não digo que seja propositada), há uma muralha ou um altar que nasce neste tratamento. E não digo que nasçam muralhas entre pais e filhos, mas sim entre estes e os demais. Entre estes e os que não pertencem a essa elite, os que tratam por "tu". Não sei há quantos anos (séculos?) se tratam os filhos por você e em que contexto, mas se houver linguistas e sociólogos por aí que saibam, contem-me tudo. Não tive tempo de pesquisar, mas estou interessada em saber.

A minha mãe trata a minha avó por você e eu também. Já eu trato a minha mãe por tu e a Isabel irá tratar-me também por tu, assim como muito provavelmente os avós. Se tratasse os avós por você (apesar de achar que não vai acontecer), sentir-me-ia igualmente confortável. Agora o contrário, não, não me identifico.

Mas uma coisa para mim é certa: a educação e a amabilidade para com os outros não se espelha nestes detalhes linguísticos. O respeito pelo outro e a forma de o demonstrar não tem absolutamente nada a ver com o "tu" e o "você", que é muitas vezes o argumento usado por quem educa com a terceira pessoa. Outro argumento é o de que para ensinarmos os filhos que se trata as pessoas mais velhas, os vizinhos, os desconhecidos e as professoras pela terceira pessoa, é mais fácil se os tratarmos por "você". Acho parvo. Quando tiverem idade para perceber a distinção, irão fazê-lo. Se uma criança de 3 anos tratar a vizinha de 40 por tu é grave? Espelha falta de valores, de educação? Claro que não.

Se acho que tratar os filhos por "você" é desajustado, hoje em dia? Acho, principalmente quando não é natural e quando é usado como forma de marcar uma distinção, em público. Agora, vem mal ao mundo? Não, são hábitos e, apesar de me soar mal, gosto da diversidade.

Mas, por favor, não tratem o Sebastião por "você". Ia-me engasgando com o ataque de riso incontrolável e, pior ainda, ia cuspindo o peixe que tinha na boca, o que seria um desperdício. 

9.18.2015

Afinal a Joana Gama é um naco

O post de ontem (Foram enganados pela Joana Gama) foi tão revolucionário que a Joana hoje não pára de me mandar fotos em que está um naco.


Gira o raça da miúda. E não, não estou a dar graxa ao cágado. Nem este é um pedido de desculpas, porque ela sabe bem que a amo, com ou sem rosácea, com ou sem óleo no cabelo. <3

Inchaaaaaa!! Embrulhaaa!!!

Fiz um post sobre a chucha da Irene onde mostrava o urso da Imaginarium e vocês todas cheias de moral: "ai ai não é um urso, é um rato". Sabem que mais??????? Uma de vocês é muita porreira, já trabalhou numa Imaginarium e resolveu este grande celeuma! Agora, finalmente, já podemos dormir bem (ahah não fossemos nós mães - siiiim já sei que alguns dormem muito bem! Xô!)



Estamos juntas, Ana Raquel! É assim mesmo!! Contra a corrente! 




Rakelekas!!!! Obrigada por teres dado um novo alento à minha vida. :) Eu sabia, bem dentro de mim, que aquilo era um urso!!

9.17.2015

Foram enganados pela Joana Gama.

Com que então acharam mesmo que a Joana Gama era este pedaço de mau caminho?


Não se deixem enganar. E não, não vou esfregar os cotovelos na parede até fazer sanguinho, já dizia a Lucy. Vou provar-vos isto que vos digo. Ora então deixa-me lá procurar aqui no meu telemóvel.

É com esta pessoa que eu divido o blogue:




Reposta a normalidade, agora sim, podemos falar da Joana Gama. O que conta é o interior.
A Joana é ser um humano especial (e com esta expressão do mais piroso que há, ela estará a vomitar. Ou então foi do Big Mac e das batatas XXL com molho e ketchup que afiambrou ao almoço). 
A Joana é autêntica, directa, inteligente, sarcástica.
Este blogue não seria nada sem ela. Seria um "a mãe sabe assim-assim", cheio de cor-de-rosa e sentimentos assolapados e perderia a espontaneidade e aquilo que nos faz rir.
Blogue à parte, sei que a nossa amizade, apesar de ser apenas de 2013, vai durar pelo menos até 2063, já bem velhinhas e um bocado carcomidas e já com os nossos netos a curtirem dançarem no Urban.

Parabéns, Joana. E obrigada. Por seres quem és. Estou a gozar, não escrevi isto. Vamos lá de novo. Obrigada Joana, por tentares ser sempre melhor e por essa loucura que fez com que me apaixonasse por ti. Isso e por seres esta bomba.


 Mas também esta...


E esta.



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e o @aMaeequesabe também ;)

9.16.2015

É SÓ um bocadinho!

Quando estava grávida passava horas ao telemóvel, instalei aplicações parvas e perdia ali tempo, porque me apetecia. Quando amamentava durante a noite, nos primeiros meses, tinha de estar ao telemóvel para não adormecer. Chats, grupos e artigos sobre os 10 alimentos que não pode dar ao seu bebé ou as fadas do sono. Já a miúda tinha mamado, arrotado, adormecido e eu continuava ali, alienada.

Depois, já mais crescida, enquanto ela estava a brincar um bocadinho sozinha, lá estava eu no Facebook ou a ler um artigo qualquer. Enquanto os legumes não acabavam de cozer, mais uma espreitadela no WhatsApp, responder à Joana, ir até ao Messenger responder à Marta, uma breve passagem pelo Instagram, actualizar o feed e espreitar as últimas publicações, porque "são uns segundos". À mesa, "olha que gira a comer tão bem bróculos", vai de registar o momento. Depois do banho, com ela a desarrumar gavetas ou a dar comida aos bonecos, vai de tirar uma fotografia para enviar para as avós ou publicar numa qualquer rede social. E aproveitar para espreitar as últimas publicações no Facebook, fazer um like na foto da Raquel, enquanto ela está ali entretida. "Jantas?", pergunto ao David. E ele responde e ainda trocamos mais umas mensagens sobre o dia dela e as novidades da creche e o quão crescida ela está, mas não fez cocó nem dormiu grande coisa. Pelo meio, mais uma mensagem não sei de quem, mas é melhor responder já, antes que me esqueça. Ah! E agendar a consulta dela. Pelo meio, faço uma macacada qualquer e ela ri-se. Vem mostrar-me o urso e fazemos uma festa. A avó responde à fotografia com um "que saudades" e respondo de novo. E chega um email de trabalho que diz "É já amanhã, fazemos?" e é melhor responder, a este, porque é urgente.

Entretanto já tenho a criança a esfregar os olhos, cheia de sono, e já não vou a tempo de lhe contar a história como deve ser. O tempo passou e eu perdi o olhar de espanto dela a descobrir a mola do cabelo entre os legos, perdi o sorriso quando encontrou o urso Zé e tão pouco me apercebi do ar vazio quando viu que eu não estava a olhar para ela. "Mamã!" "Sim, filha, a mãe está aqui!" Não está. Estar aqui não é nada disso. Afinal não tirámos SÓ um bocadinho da noite para as nossas coisas. Vai-se a ver e, afinal, SÓ estivemos um bocadinho com os nossos filhos. Estar de estar. Com olhos de ver, com corpo e com alma. De participar, de brincar, de conversar. Não é por acaso que a minha filha sabe muito bem qual é o telemóvel da mãe e qual é o do pai. Não é por acaso que quando os vê espalhados pela casa, os vem entregar, respectivamente. Não tem piada. Não é assim tão giro. É um espelho do que ela viu.

Fomos a tempo de perceber que tínhamos de mudar. Decidimos, há uns meses, que durante a semana não há telemóveis, desde o momento em que chegamos a casa até ao momento em que ela se deita. Há excepções, claro, mas fazemos um esforço, consciente. Nada é assim tão inadiável. Nada é mais importante do que passarmos tempo de qualidade com os nossos filhos. Fica a reflexão para quem precisar, mesmo que precise SÓ um bocadinho.

Faço 29 anos.

Parabéns a mim e a toda a gente que me atura e que gosta de mim, que tem o dom de me conseguir aturar. Decidi, porque poderá haver alguém interessado, contar-vos um pouco mais de mim. Ainda mais? Sim. 

Claro que tinha de escolher uma em que estivesse bem, não é? E dá para ver que não me injecto nos braços, o que é sempre bom.


Joana, nascida a 17 de Setembro de 1986. Loira, de olhos verdes. Usei aparelho. Filha da Mãe Sílvia e do Pai Filipe, respectivamente juíza e professor universitário/engenheiro químico. Família de Melgaço e família da Amadora. Nasci na Damaia (no Hospital Particular), mas no BI dizia Damaia. Durante a maior parte da minha infância vivi em Portugal inteiro enquanto a minha mãe estagiava em vários tribunais. Lembro-me, por exemplo de Cartaxo, Grândola, Sto. André, S. Tiago do Cacém, Rinchoa... "Lembro-me".

Só via o meu pai aos fins-de-semana visto que ele continuava a trabalhar em Lisboa. 

Aos meus 6 anos divorciaram-se. Fiquei com a minha mãe e com o meu padrasto João. Fomos morar para Oeiras. Da escola primária nº2 da Rinchoa passei para o Colégio Princesa Isabel em frente à estação de comboios de Oeiras e aí fiquei durante a 4ª classe, tinha de usar farda e eu gostava. Passava todas as sextas com o meu pai e fins-de-semana alternados. Incialmente em Linda-a-Velha, depois na Reboleira, na casa do meu avô. 

No 5º ano fui para o Colégio Quinta do Lago em S. Domingos de Rana e fiquei por lá até ao 9º ano. Gostava de todas as disciplinas, mas mais de línguas, claro. Odiei a parte dos Vulcões em Ciências da Natureza e não conseguia gostar de história. No sexto ano, por ter sido a única aluna a ter positiva num teste de Ciências e de 80 e tal porcento, a escola propôs mudar-me de turma para a dos que já lá estavam no colégio desde o infantário (a turma A). Chorei muito por deixar os meus amigos, mas depois tudo acabou por ficar junto no 7º. 

Fazia natação e andava no Inglês. Também fiz Judo e houve uma vez que fui a uma aula do Coro, mas não deve ter corrido bem. 

Caía sempre em todos os períodos em educação física. 

Algures pelo meio de tudo isto tive um dos grandes amores da minha vida, o meu irmão Pedro (filho da minha mãe, mais novo que eu 10 anos).

O meu padrasto João estudava comigo e revia a matéria. Até que pedi para ser independente (não sei bem quando, mas aguentei-me à bomboca). 

Escolhi humanidades e fui no 10º ano para o Liceu de Oeiras. No 11º fui morar com o meu pai para Lisboa e fui para o Maria Amália. Depois no 12º preferi ir para o Liceu Camões. 

Entre ir para o conservatório fazer teatro ou ir para Comunicação Social, acabei por ir para Comunicação Social. Apesar de adorar representar (descobri isso nas aulas de Orientação de Expressão Dramática no Camões) senti que não estava a ir para essa área por motivos honestos. Acho que só queria estar em cima do palco e que, se gostasse mesmo de teatro, já teria ido ver umas peças voluntariamente. 

Fui para Comunicação Social na Universidade Católica Portuguesa de Lisboa. Ganhei o gosto pelo estudo e adorei o curso. Foi só 3 anos (bolonha), mas cresci imenso com ele, em método. Infelizmente pouco ou nada apliquei do curso na minha profissão. 

Algures aqui pelo meio tive outro amor da minha vida, o meu irmão Tiago (filho do meu pai, mais novo que eu 20 anos).

Por causa de Bolonha, comecei logo a enviar currículos a meio do segundo ano/terceiro (não me lembro) a dizer que a minha média final prevista seria de 15 para me chamarem o quanto antes e não perder tempo. Queria muito sair de casa asap para ter mais privacidade e liberdade. 

Fiquei quase que imediatamente no Grupo Renascença na Mega Hits, o que também fez com que me borrifasse para o suposto Mestrado em Novos Media e Praticas Web na Universidade Nova de Lisboa. Estive para escolher entre um trabalho muito bem remunerado como account numa empresa internacional ou um estágio não remunerado na Mega e escolhi a Mega. Só por ser a minha rádio preferida, não por alguma vez ter tido o sonho de fazer rádio. Ah! Também porque me dizem que sou muito comunicativa e que ia ter jeito, blá blá. 

Fiquei na Mega. Saí de casa. Fui para uma casa alugada, mobilei-a com as mobílias que tinha no meu quarto da casa da minha mãe e da do meu pai. Comecei por ser animadora da noite na Mega Hits, depois da Tarde, depois da Manhã (10h-14h). A minha melhor amiga deu-me um gato, a Bubbles. Não tinha muito dinheiro para "viver". Pagando as compras, contas e fumando... pouco restava. Apercebi-me que um kg de arroz não é muito caro e que mata a fome também.  Depois passei a ganhar mais um pouco.

Fui fazendo cursos e workshops pelo caminho de fotografia, teatro, stand-up comedy. Comecei a fazer stand-up comedy, mais tarde teatro de improviso ou comédia de improviso na Comuna. Também apresentei rubricas na Sic Radical e fiz alguns festivais em televisão.

Conheci o meu marido num espectáculo de stand-up comedy, ele estava a assistir. 

Fui convidada para apresentar o Café da Manhã da RFM e apresentei. Fiquei com demasiadas saudades da Mega Hits e voltei. 

Apresentei as manhãs com o Paulo Pereira no "ProGama da Joana". 

Casei. 

Engravidei. 

Escrevi um livro.

Tive a Irene. 

Lancei o livro "Estou toda Grávida". 

Licença de maternidade.

Licença sem vencimento de um ano. 

E em Novembro volto à Mega Hits. 

Foi mais impessoal o que vos escrevi hoje? Sim. Mais curto e grosso? Sim. 

Foi para variar! ;)


29 anos... ... 

Há esperança!

Já fiz centenas de posts sobre isto (vá, sou capaz de estar a exagerar, talvez não tenham sido centenas) e que podem encontrar aqui.

Para mim, nunca foi fácil alimentar a Irene. O facto de se amamentar sem horários, mas quando o bebé pede (a chamada livre demanda) torna a coisa mais intuitiva e, por isso mais dada a "erros", para mim que penso demasiado. Devo-lhe ter tentado dar de comer umas 430 vezes (vá, sou capaz de estar a exagerar) sem que ela tivesse fome ou que estivesse a morrer de sono ou, sei lá. Porque o problema é mesmo esse. Enquanto não nos podem dizer o que sentem, nós "sabemos lá" (só me lembro do "romance" da outra, que nervos!). 



Sempre que se fala de comida com mães "de maminha" é recomendado um livro do pediatra Carlos Gonzalez "Mi ninõ no me come". Ainda não li, mas fica a dica para vocês. 

Passei por imensas fases. Desde a tristeza de lhe introduzir a alimentação complementar por ser tão mais difícil e chato que dar uma mama e já está. À frustração de não conseguir acertar com o apetite dela. A não saber o motivo da recusa. O afastar a colher da boca, o querer atirar tudo para o chão, não conseguir distraí-la. Dar-lhe de comer foi, durante muito tempo, um motivo de enorme enervamento. Já nem me lembro, mas acho que cheguei a chorar e tudo. Só mães que tenham esta... vertente cultural tão vincada de querermos empanturrar os filhos a torto e a direito (tão português) me percebem. 

Felizmente vi a luz e relaxei. "Não quer, não come" e pronto. Está bem de saúde? Está. Então, ponha-se fina. Vá à sua vida e um abraço. Além de ser um método bastante à la Disciplina Positiva (deixá-la lidar com as consequências das suas escolhas, mas ainda é cedo para ela perceber), não causa nenhum dano na nossa relação. Nenhuma das duas faz birra no sentido contrário uma da outra. 

Ainda agora não quis almoçar. Foi dormir sem comer. Pronto. Quando acordar come. São raciocínios tão básicos mas que nem sempre são fáceis. Para mães de bebés mais pequenos, ainda para mais com uma dose do tamanho dum elefante de hormonas em cima... 

Agora é um dos meus momentos preferidos. Adoro dar-lhe de comer. Fazemos desenhos (eu faço, pronto, ela rabisca), brincamos com os cubos em que atribuo um som a cada cubo e ela vai fazendo pedidos para eu repetir consoante as cores, etc. Pelo meio vai-se comendo e ela vai escolhendo que colher quer naquele momento se de sopa ou do segundo prato. 

Por isso mães que se enervam com a comida, há esperança. Vejam sempre a luz ao fundo do túnel. Tudo o que é menos agradável, acaba por acabar. As noites mal dormidas, não sabermos lidar com elas, com isto da comida...

Fica a promessa. As coisas melhoram. Tenham paciência que eles terão também.