2.11.2018

Fralda à noite aos 4 anos. Serei eu?

A Irene tem quatro anos e ainda usa fralda à noite... 


Assadura


Não, lá por ser mãe há 4 anos não é por isso que se deixa de ter dúvidas. São de outro tipo, vá. Faz-me pensar sempre que se fala com alguém cujos filhos já tenham passado pela adolescência e que dizem "e o pior vem depois". Se olhar para a minha adolescência, sim, o pior vem mesmo depois, haha. E talvez também seja por isso que ainda dorme de fralda? 


Quem nos lê sabe que sou toda a favor de respeitar o ritmo natural das coisas.


Tentei desligar-me cedo dos "marcos" para o bebé gatinhar, andar, falar, etc, porque morria de insegurança e de medo a pensar nisso. Já a Isabel da Joana Paixão Brás andava a correr pela casa toda e de saltos, ainda andava a Irene a tentar rebolar. Por isso apercebi-me, com o tempo, que ter calma é o melhor para todos. Para mim e para ela. 


À semelhança do outro dia quando fui ao otorrino da Irene e ele me disse (depois de exames e tal) que o melhor era "limpar tudo". Eu estava muito nervosa e ansiosa mas, uma semana depois, já nada me parece tão dramático e calmamente estou a decidir ir a um segundo sem grandes alarmismos. Tem ranho a miúda, pronto, calma. 




O desfralde da Irene não tem sido rápido.


E, por rápido, falo do da Isabel da Joana Paixão Brás que, na minha cabeça, neste momento, associo a ela ter tirado a fralda sozinha, ter ido à sanita sozinha e ainda ter ido buscar o cif a seguir para deixar tudo limpinho, tal o despachanço. Começamos devagarinho, a escola a dar o mote (na escola da Irene não desfraldam todos ao mesmo tempo, vão estando atentos à autonomia de cada um e ritmo) e, quando demos por ela, a Irene já não usava fraldas durante o dia. Para fazer cocó pedia e púnhamos e ia fazendo, tirávamos rápido para não ficar também com nenhuma assadura, já que ela já anunciava e tudo.


Não é fácil mudar de hábitos. Se agora me dissessem que tinha de deixar de fazer o nº2 na sanita e passar a fazer no poliban também iria querer ter o meu tempo de adaptação (ewww, desculpem). 


Agora já faz tudo na sanita. Tranquilamente. Nem por isso quando vai dormir. Na sesta, na escola, já dorme sem fralda. Aqui, já houve várias vezes em que dormiu sem fralda mas com insegurança da parte dela e fazendo-me acreditar que acordava mais cedo (e, por isso, terminava a minha sesta) por não a ter (isto sou eu só a querer aproveitar ao máximo a sesta dela para mim, não sou?) e, por isso, durante a noite não tenho tido coragem e, por isso, segurança para lhe dizer: "amiga, é assim, a mãe não ganha para as activity (sou beta nas fraldas) por isso, queres fazer xixi? Levantas-te comáspessoas e congelas esse rabo ali no coiso da sanita". 



fralda


Eu penso: será que ela se sente insegura relativamente a deixar as fraldas por eu não me sentir segura ou vice-versa? 


Ando a fantasiar com uma boa história para fazer a transição: irmos ao continente e perguntar à malta toda se há fraldas para 4 anos e toda a gente dizer que não. E, pronto. Ela ter que lidar com isso e não ser a mãe que lhe está a tirar a questão. 


Ainda há fraldas acima do tamanho do dela por isso gosto de pensar que há crianças mais velhas que ainda usam fralda durante a noite e que não é visto como sendo "fora de norma", apesar de cada vez mais me aperceber que isto das "normas" tem muito que se lhe diga. Em relação às escolas que impõem aos pais que as crianças que entrem já não possam usar fralda (e, por isso, os pais, no Verão anterior andam com um stress do caraças), ao fim das sestas porque blá blá blá, ... 


As dúvidas não desaparecem, vamos é sabendo conversar melhor os nossos nervos. Digo eu, com os nervos, lá está. 

2.09.2018

Surpresa ! A Irene, neste Carnaval, foi mascarada de...?

A Irene brinca muito às personagens. Gosta muito de fingir que é o Tomás, a coelha Carolina, o Super-Homem e... exacto. Surpresa: é esse o fato de Carnaval que ela está a vestir neste preciso momento na escola.

Há umas semanas, quando lhe perguntei o que queria vestir no Carnaval disse que queria ir de "Super-Homem musculado" e... lidei com isso. :)

Chegamos à escola e houve várias pessoas a dizerem que ela estava linda de super-mulher, mas não. Era o Tomás que estava vestido de Super-Homem.



Estranhar
Fotografia por The Love Project



E estava tão feliz. Tão contente. E eu também!

De manhã pensei em levar a máscara do Tigre que temos lá em casa, mas ela disse que ia ter vergonha e respeitei (ahah). Mas, depois, quando cheguei à escola dela e vi uma colega dela vestida de Masha com o pai vestido de Urso... Caramba, fiquei feliz.

Sei que é só Carnaval, mas este mundo ainda tem coisas boas. Se isto do Carnaval existe muito para dar dinheiro para comprar fatos e tal (quem compre, porque há quem tenha o talento e paciência para fazer), também existe para que os adultos se lembrem que brincar é bom, brincar ao faz de conta.

Saudades de quando gritava de um lado para o outro para a outra pessoa "e agora eu era o Polícia" ou... "e agora tu eras o pai"... "a fingir!!".

O Carnaval é a fingir ou serão todos os outros dias que são a fingir? Sei que parece o final de um livrinho de Gustavo Santos (ainda não li, mas não me vai escapar), mas hoje ao entrar na escola e ver os miúdos mascarados, alguns pais, as auxiliares... achei que hoje estava mais certo que nos outros dias.

Para a semana venho trabalhar vestida de Zorro, todos os dias.

(alta meltdown agora haha)

De que foram mascarados os vossos?


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Não gosto de Carnaval mas por elas...

Não sou pessoa de Carnaval. Já escrevi sobre isso aqui.

Sou uma pessoa alegre, adoro festas, mas o Carnaval não me inspira... associo sempre a frio e chuva.

No entanto,  por elas, tudo. Quer dizer, o básico!


Isabel - Rubble;
Luísa - Joaninha (não sei sequer se têm nariz, mas pediu-me para ficar igual à mana).

Queridas e felizes.
(Felizes, mais ou menos, que a Luísa chorou baba e ranho quando viu a auxiliar mascarada de... Wally. Será do meu team? Eheh)



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2.08.2018

Como funciona a cabeça de uma blogger (como eu).

Ahhh! O título está bem explícito! Se não querem saber os pensamentos mais íntimos de uma blogger no que respeite ao blog, sintam-se livres de fechar esta janelinha e de voltar para outros feeds. Ah, acabou de me aparecer uma notificação aqui do Facebook a dizer que tenho de ir dar os parabéns ao meu primo Francisco, venho já. Dei pelo Facebook, não sou de ligar. Pronto, já está. 

Ok. Então, como funciona a cabeça de uma blogger (como eu)? Ninguém perguntou mas, lá está, já vão perceber porque é que decidi fazer este post.


- PREOCUPAÇÃO CONSTANTE.

Da mesma maneira que, quando se tem um filho, vêm daí as responsabilidades e a presença delas mais ou menos constante na nossa cabeça - estou a comparar um blog a um filho, ai Jesus - também o criar de um blog e levá-lo a este nível, inunda a nossa cabeça de preocupações. A Joana e eu queremos manter o blog com publicações frequentes e, por isso, "hoje tenho de fazer um post", "a ver se escrevo já o de amanhã porque como tenho uma consulta, não vou ter tempo", "aproveitava era o fim-de-semana para escrever já uma semana de posts para tirar umas férias".

- OLHO DE PRODUTOR

Vamos vivendo o dia-a-dia sempre com "um olho no burro e outro no cigano". Tentamos ter 10% da nossa cabeça atenta a possíveis temas que possam servir para escrever aqui. Hoje, por exemplo, a Irene quis levar a viola que os avós e o pai lhe ofereceram para a escola e, desde que a deixei, estou a pensar na vaidade que sinto dela gostar tanto da sua viola e talvez falar da relação da Irene com a música para que outras mães, se quiserem, apanharem algumas ideias. Ou, quando a estou a adormecer, ponho-me a rever o dia, as coisas que correram bem ou menos bem, as coisas pelas quais me sinto grata e, a seguir, naturalmente, é pensar quais delas dariam um bom post (sendo que, para nós, um bom post é um post que interesse a muita gente e que contribua positivamente para a vida de quem lê) e começar a escrevê-lo na minha cabeça. 


- TER UM NEGÓCIO EXTRA

A par de tudo aquilo que geralmente já tenho de resolver na minha vida pessoal (enviar prescrição do exame do sono para o Hospital para validarem a marcação do exame, marcar dentista, ir consultar o regulamento do condomínio do meu prédio, tenho que fazer sopa logo à noite, arrumar a casa...) junto a isso ter que ir "responder a mails" do nosso mail. Tenho como prioridade os assuntos que necessitem de resposta imediata (sejam propostas comerciais ou leitoras que precisem de algo de nós imediatamente como conselhos ou ajuda em que possamos ser úteis), depois as parcerias que possam ser interessantes para nós e, por último, concretizar algumas ideias com parceiros, enviando e-mails proactivamente. 

- TENTAR ENCAIXAR SESSÕES FOTOGRÁFICAS

Apesar de ter a Inês da Yellow Savages e a Joana Sepúlveda Bandeira do The Love Project sempre prontas para nos fotografar, confesso que não faz parte ainda do meu mindset ver a "sessão fotográfica" como algo que me apeteça muito fazer, apesar de adorar o resultado e de colorir o blog e de os posts ficarem ainda mais giros. É também, na minha cabeça, uma conversa frequente comigo própria: "Outra vez uma foto desta sessão? Tens de marcar outra, as pessoas já devem vomitar esta sessão". 

Das minhas sessões preferidas, esta com o The Love Project, da Joana Sepúlveda Bandeira.


- ENCAIXAR REUNIÕES EM TEMPO RECORD

Não sou nada fã de reuniões. Acho que se fazem demasiadas reuniões mas há assuntos que têm mesmo de ser tratados frente a frente, especialmente quando ainda não se conhecem os parceiros. Não consigo ter a disponibilidade que queria para tratar destas coisas com calma e, por isso, tem de ser na minha hora de almoço (porque no restante tempo estou ou a trabalhar ou já com a Irene) e aqui perto do trabalho porque senão só tenho 15 minutos para falar com a pessoa presencialmente. 

- GERIR EXPECTATIVAS E PERFECCIONISMO

A motivação extra (gostamos sempre de escrever aqui, mas nem sempre conseguimos) tem altos e baixos. Quando tem altos, sou louca e penso: "vamos alimentar mais o canal de youtube", "vamos criar um programa de televisão", "vamos lançar mais um livro". Quando tem baixos, penso "não tenho nada que falar... olha, já sei, vou escrever sobre esta minha preocupação ou como funciona a minha cabeça no que toca ao blog". Eheheh. 

- VONTADE DE ACABAR COM TUDO

Ui, meninas. Se soubessem a quantidade de vezes, quando tenho a cabeça mais cheia que penso "epá, mas vou estar a chatear-me com uma coisa que fui "eu" quem criou? Acaba-se já com isto e não tenho mais que pensar no assunto, que chatice! E atenção que 99% da pressão é só criada por mim mesma. 


Associado a tudo isto existe também GRATIDÃO e VAIDADE. Temos a sorte (e trabalho) de, em 3 anos, termos um blog em que sentimos que vocês nos conhecem e que se relacionam connosco. Adoramos receber as vossas mensagens e comentários em que dizem que vos ajudamos a repensar nalguma coisa ou, melhor ainda, que não se sentem tão sozinhas e anormais. Acreditem que nem sempre é fácil mas... que tem valido sempre a pena. 


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2.07.2018

Um pequeno almoço que ela gosta.

Tive esta ideia no outro dia. Tenho andado a perguntar sempre à Irene o que lhe apetece para o pequeno-almoço mas eu, por exemplo, tenho sempre muita dificuldade em saber o que me apetece ou não. Geralmente só me apetece Chocapics, mas não é isso que vou comer (ai, agora tenho de ir comprar). 

Preocupo-me com a forma como ela começa o dia. Quero que ela tenha energia para brincar e que seja saudável mas ainda não estou muito educada e sistematizada relativamente a soluções. E, ainda por cima, coisas que ela queira comer. 

Inventei a história do "pequeno-almoço em tacinhas". Em cada tacinha ponho qualquer coisa que, em princípio ela irá gostar: bagas goji, ovo mexido, papas de aveia, tostinhas integrais com um pouco de queijo fundido ou fiambre de perú, pedacinhos de fruta. Cada coisa na sua taça. Come o que lhe apetecer de cada coisa e, o que não lhe apetecer, a mãe aspira. 

Ela tem gostado disso. De chegar à mesa e de ter tantas coisas para poder escolher. Quando acaba uma taça, puxa outra para ela e hoje puxou a minha que tinha leite de amêndoa e granola com frutos vermelhos (já mole porque deixei o pacote aberto, mas enfim, isto foi só para cortar o tom super blogger de comida) e comeu-a toda. 

Tem funcionado para nós e tenho gostado de fazer, mas confesso que sempre andei muito perdida nos pequenos-almoços dela. Era mais fácil quando só mamava e zunga!

O que tomam os vossos e que idade têm? 

A foto não é minha, claro, nem do nosso pequeno-almoço, mas não me importava que fosse, é desta fotógrafa.

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2.06.2018

E quando a Irene é empurrada na escola?

Não vejo a agressão como rótulo de "boa ou má pessoa". Tenho vindo a tentar construir um raciocínio diferente de que a agressão e a violência são formas primárias e animais de manifestação de sentimentos. E, nas crianças, além de terem a imaturidade que justifica muitos comportamentos, também poderá ser sinal de que algo não está bem. 

A Irene - que é a minha filha (e custou quando aconteceu) - já teve momentos em que foi ela a agressora e eu conheço-a. Por isso, se "até a Irene" poderá ter dessas fases/momentos, os outros miúdos também e não é por serem tiranos ou por terem pais que isto ou aquilo, embora seja essa a primeira (e compreensível) reacção. 

Preocupa-me, porém, não poder controlar tudo e protegê-la de tudo (sei que não seria positivo também, mas de certeza que vocês compreendem esta vontade). E, por isso, não lhe dizendo "quando te baterem, chega-lhes também" e não querendo a imaginar a minha filha a ser "mal tratada" por um colega a nível físico e ela lhes responder verbalmente (como andava eu a ensinar) com "não me faças isso, estás a magoar-me", surgiu aqui outra opção para já.

A minha bff, a Susana, assistiu a uma das nossas conversas em que tentei contextualizar a agressão de uma colega da Irene como estando a amiga com "o menino zangado na cabeça" - aconselho o Divertidamente/Inside Out. E a Susana decidiu partilhar uma solução que descobriu quando era pequena, dizia "Xau, Beijinhos". 

Nunca tinha visto isto como solução: o mero afastamento. Claro que me refiro a estes episódios mais característicos da idade da Irene. 

Infelizmente tenho vindo a tomar conhecimento de outras formas de maus-tratos em escola pelos colegas que me deixam muito preocupada e afilita por não conhecer ferramentas que permitam ajudar a travar o comportamento e a resolver o melhor possível a situação. 

Porém, neste momento a solução parece-me muito interessante e acho que passa a mensagem certa à Irene. Vamos vendo, com o tempo, como responder a cada fase sendo que, no entretanto, se trabalha a empatia e a confiança - o melhor que sei, valendo isso o que vale. 

Quero educá-la a pensar no contexto o máximo possível para que não cresça a pensar que as pessoas se dividem assim. Todos nós somos tudo em momentos diferentes. 

Mas claro, que no meio desta aparente calma, preferia que a minha filha não desse nem levasse tareia... 

O que fazem vocês? 

Fotografia: Yellow Savages  Jumpsuits: Little Jack Baby Clothes


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2.05.2018

E definir a custódia?

A brincar, a brincar já passou quase um ano desde "o meu" divórcio. Nem sempre é fácil, mas tanto o pai da Irene como eu continuamos a ter uma das coisas que mais nos ligou: o humor. É o que nos tem ajudado a lidar periodicamente com birras, maus humores ou incompreensões de parte a parte (se nos entendessemos mesmo bem, teríamos continuado juntos, "lolinho"). 




Como os meus pais também se divorciaram, não me custou muito imaginar as coisas pela perspectiva da Irene, o que eu queria para ela, o que eu acharia melhor para ela de acordo com os meus princípios e aquilo que quero transmitir à Irene adaptado à minha visão da família (podemos estar divorciados, mas acho que somos uma família na mesma).  Não teço aqui comentários a outras maneiras de organizar as coisas, cada família saberá melhor o que funciona para a(s) criança(s) e para os adultos envolvidos. 

Apesar do Frederico e eu termos acordado que ele poderia ver a Irene sempre que quisesse durante a semana desde que dormisse em minha casa (claro que se um dia quisesse dormir com ela, nunca diria que não), acordámos que o cenário standard seria: todas as quartas-feiras a iria buscar à escola e depois a levaria a minha casa para jantar; e que, de resto, seria fim-de-semana sim, fim-de-semana não. 

Porém, achei que, para a Irene, passar do registo em que estava para este registo abruptamente dadas todas as outras mudanças envolvidas (deixar de viver com o pai, por exemplo) seria demasiado intenso e, por isso propús irmos mais devagarinho: desde que nos separámos até agora, a Irene dorme todas as sextas com o pai e vem ter com a mãe ao final da tarde de Sábado. Assim tem metade do fim-de-semana para cada um e tem sempre um dia por semana, todas as semanas para sentir o pai a dar-lhe banho, a adormecê-la, a cozinhar para ela... 

No entanto, tem vindo a crescer em mim outra perspectiva. Não sendo hipócrita, claro que a nível de gestão de tempo é muito mais prático ficar um fim-de-semana para cada um - tanto para poder passear sem a Irene como para poder passear com a Irene. Neste momento, tendo só a tarde e a manhã de domingo para ir aos avós ou para passear com ela, cada escolha se apresenta como uma decisão importante por ser "o meu fim-de-semana com ela". 

Idealmente, em breve iremos começar a cumprir o acordo tal como tínhamos previsto. Sendo que nada é estanque. E qualquer excelente ideia se sobrepõe e é conversada. A Irene tem a sorte de ter dois pais que - independentemente dos altos e baixos - comunicam um com o outro e, por isso nada precisa de ser tão recto e castrador. 

Aquilo que sei é que nenhum de nós alguma vez irá falar mal do outro em frente à Irene. Nunca o desautorizaremos e não a tentaremos virar contra o outro. E isto, para ambos, é regra de ouro. Seja qual for a birra do momento entre os dois - se houver - a mãe da Irene é sempre maravilhosa e a melhor mãe do mundo e vice-versa. 

Fotografia: Yellow Savages 

Mais uma mudança. Tudo com calma. 



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2.04.2018

5 coisas a não fazer quando se vai viajar com filhos

Já ando para vos escrever este post há que séculos. Agora que começamos a sonhar com uma viagem com as miúdas e outra sem, para este ano, resolvi reunir um conjunto de cinco recomendações para quando decidirem pegar na filharada e ir com ela de avião a qualquer parte do mundo. 

1)  NÃO vão de mãos a abanar no que diz respeito a slings, panos, mochilas ergonómicas ou carrinhos. 
Ouçam o que eu vos digo: por muito que não vos apeteça andar com monos e que achem que eles andam bem a pé ou que não vão querer andar "presos", nada vos vai fazer mais falta que isto. Claro que depende sempre do propósito da viagem: se é para ficarem a  num resort ou se é para fazerem quilómetros e andarem por museus, restaurantes e cidades. Mas, para mim, pelo menos um carrinho bengala, fácil de transportar e onde eles possam dormir, e uma mochila ergonómica é ponto assente. Na última viagem os quatro, até Barcelona, levámos duas mochilas e um carrinho e foi o que nos safou. Sim, a Isabel é super bem transportada numa mochila - se a mochila for boa, pode aguentar até aos 20kgs sem que seja desconfortável para eles ou nos doa as costas. Temos a Boba 3g e um Ergobaby. Íamos revezando as miúdas no carrinho (levamos o bengala Noa da Bébéconfort).

2) NÃO levem toda a cozinha às costas: as sopas, os tomates biológicos, as bolachas de aveia com alpista, o iogurte de não sei quê.
Eu gosto que elas comam bem, na maioria das vezes, mas de férias, minhas amigas, não estou nem aí. Não é por uns dias que fico com o sobrolho a tremer. Se não comem sopa todos os dias, compro fruta algures; se comem carne dois ou três dias seguidos, não me apoquento. Nunca fomos para nenhum destino muito exótico, verdade seja dita, mas até acho que aí o verbo que iria mais aplicar seria "descomplicar". É uma boa maneira de os "obrigar" a experimentarem coisas novas, pumbas. Agora lembrei-me da minha primeira ida a Paris com o meu irmão e primo a fazermos concursos de puns no quarto de hotel, por estarmos a ser alimentados a porcaria e ri-me.
Isto não invalida que se leve coisas para o avião, isso sim, acho uma jogada de mestre: fruta, bolachas, pão, snacks, podemos levar tudo o que for para os miúdos comerem e isso pode evitar birras e ajudar a passar o tempo. Tudo o que for para nos poupar a stress extra na viagem, melhor.
3) NÃO se esqueçam de, caso vão sem o pai das crianças e não sejam casadas, levar uma autorização reconhecida por advogado/notário.
Ai filhas, se eu vos contasse o que me aconteceu quando fui viajar com a Luísa... Vou contar. O meu pai, advogado, estava a preparar o tal documento, mas entretanto resolvemos saber se era mesmo preciso o esforço. Enviámos email ao SEF a perguntar se seria. Responderam-nos que não. "Menor, filho de pais em união de facto (filiação estabelecida quanto a ambos os progenitores que vivem em condições análogas às dos cônjuges): A autorização de saída deve ser emitida e assinada por um dos progenitores, apenas se o menor viajar sem nenhum deles; caso o menor viaje com um dos progenitores não carece de autorização, desde que não haja oposição do outro."
Posto isto e com o email em minha posse lá fui eu toda gaiteira para o aeroporto. Resultado: tudo muito bonito, mas a companhia aérea não nos deixaria embarcar sem a declaração assinada pelo pai. Que maravilha. A menos de uma hora, isto. Suei do bigode. Lá consegui, até hoje nem sei bem como, que a declaração fosse de mota por meio de um colega do meu pai, no meio do trânsito da segunda circular, ter com o David a Carnaxide, que ele assinasse e que fosse por email ou fax ou que foi até ao aeroporto. Um sufoco. Por isso, mães e pais deste país, levar declaração caso não estejam casados e um de vocês não viaje com os filhos. Pela lei não é preciso, mas depois na prática podem exigir. Enfim.

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4) NÃO esperem que os vossos filhos se portem que nem adultos em ponto pequenino, não se chateiem nem queiram saltar pela janela do avião ou não se mandem para o chão no restaurante.

Se nós, adultos, às vezes exasperamos em viagem, imaginem eles. Sítios novos, coisas novas, pessoas diferentes, espaços confinados... Para eu não ter logo expectativas muito altas, na primeira viagem da Isabel, a Londres (aqui), a Isabel fez logo uma birra valente no aeroporto que é por causa das coisas. Por acaso, depois no avião, até foi tranquilo. Levámos arsenal: lápis e folhas, uma mala que comprei na Alehop com ímans de olhos e bocas e narizes de animais giríssima e que dava minutos e minutos de brincadeiras, e livros. Convém levarem algumas novidades para os agarrar, nem que seja um livro para pintarem ou autocolantes. Vá, um tablet com jogos ou videoclips do Panda também pode ajudar, não me vou armar em moralista antitablets. Usado com moderação, tem vantagens, e nos restaurantes no país ou cidade que forem resultar é, por vezes, um alívio. :)



Depois, é tentar fazer alguns programas que lhes possam agradar (na viagem a Barcelona, e porque também já conhecíamos a cidade, acabámos por ir a parques, para elas poderem andar de baloiço, e foi bem giro) e planear bem o dia, de forma realista, sem grandes expectativas e listas enormes a cumprir, de forma a poder ir descansar a casa/hotel a meio ou então chegar a casa mais cedo e já não sair. Ver bem se vale a pena subir 300 escadas até ao castelo, ver se compensa aquele museu onde se paga bem, se provavelmente àquela hora, o miúdo vai estar com fome, etc, etc. E, mesmo depois desse desprendimento, houver umas birritas, É NORMAL. Respirar fundo. (Por acaso queixo-me zero delas em viagem, são sempre uma surpresa muito positiva, tirando um ou outro voo de regresso).



5) Não digam nunca "isto não são férias!"
Até porque não é verdade. É verdade a parte em que não se descansa o corpinho, mas a verdade é que muito provavelmente serão as férias mais incríveis, de que se vão recordar daqui a uns anos. Por mais que possamos chegar mais cansados do que saímos, por mais que as unhas dos pés encravem de tanto caminhar, de uma ou outra birra que nos pareça despropositada, por mais que chova e que isso nos estrague alguns planos, não há nada mais enriquecedor do que passear com os nossos filhos. Para nós e para eles. A dinâmica em família, o desafio, a aventura, a descoberta de sítios novos e sabores novos, o aprender algumas palavras novas (e vê-los a repetirem), o facto de podermos estar felizes e passar-lhes isso é impagável. A Isabel ainda hoje se lembra da viagem a Barcelona e sabe que foi lá que aprendeu algumas coisas de espanhol (para a próxima tento o catalão). Por isso, "isto não são férias" é uma frase muuuuuito injusta. São outro tipo de férias. E um privilégio.


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